Foto: Maksim Levin/Reuters
O conflito no Leste Europeu entre Rússia e Ucrânia pode afetar o Brasil e a região do Vale do São Francisco. A afirmação é da economista, professora e coordenadora do Colegiado de Economia da Faculdade de Petrolina (Facape), Socorro Macedo, que tem acompanhado, junto com outros professores e pesquisadores, a guerra entre os dois países.
A região onde estes países estão localizados é uma grande produtora de milho, trigo e, principalmente, petróleo. Um conflito dentro da localidade reduz esse processo produtivo, ou seja: a oferta de produtos se torna menor e a exportação fica comprometida.
Segundo a pesquisadora, a redução da quantidade exportada nessa região significa que a produção brasileira e de outras regiões serão mais atrativas para o comércio internacional, tornando os produtos ainda mais caros para o mercado interno.
“Se um país que é o quarto maior exportador e o maior produtor, não está produzindo ou vai reduzir, a quantidade produzida será comprometida. Significa que o Brasil que é um grande produtor de grãos e um grande produtor de commodities, nessa situação, vai ter seus produtos mais caros, comprometendo o preço da carne; do leite; da margarina e assim vai a cadeia como um todo”, ressalta Socorro Macedo.
Cautela
Além disso, questões ligadas às condições climáticas, transporte e a pandemia podem interferir na mudança dos preços e contribuir para a desorganização das cadeias produtivas. Para a pesquisadora da Facape, a valorização do real diante do dólar deve ser encarada com cautela, uma vez que os insumos foram comprados no momento em que o dólar estava mais caro e serão vendidos por um valor menor.
Levando em consideração todo o cenário internacional, os custos e a redução da oferta de produtos, professora Socorro considera que esse é um momento de muitas incertezas e requer muita atenção com o orçamento doméstico.
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